Permita que a vida se revele, sem controle.

Um convite para reconhecer a resistência, liberar o controle e abrir espaço para que o novo possa se manifestar.

8/8/20252 min read

Sabe o que tira a nossa paz? A resistência.

A resistência é a forma mais sutil de controle. Ela se apresenta como prudência, cautela, racionalidade. Mas, no fundo, ela é medo. Medo do que pode acontecer se algo sair do nosso roteiro. Medo do vazio depois do fim. Medo do silêncio depois da partida. Medo de não saber quem somos sem o que já conhecemos.

A resistência se agarra a certezas, porque o desconhecido exige entrega.

Ela segura relacionamentos que já não têm vida. Projetos que já não têm alma. Rotinas que nos sufocam.

Ela nos faz permanecer mesmo quando, por dentro, já fomos embora.

Resistir é não querer que as coisas mudem, mesmo quando já não fazem mais sentido.

É tentar controlar o curso do rio, com medo de onde ele pode nos levar.

Mas o controle é uma ilusão — e a vida nunca foi feita pra ser contida.

Tudo se move. Tudo muda. Tudo vive em ciclos.

E quando nos agarramos ao que já cumpriu seu tempo, não estamos sendo fiéis à vida — estamos sendo fiéis ao medo.

E o mais curioso é que muitas vezes resistimos ao que pedimos em oração.

Pedimos transformação… mas queremos garantias.

Pedimos expansão… mas queremos manter o chão firme sob os pés.

Só que o novo só chega quando o velho é liberado com presença.

É preciso soltar. Abrir espaço. Permitir que a vida se revele sem controle.

O novo se constrói com novos passos.

Ele habita onde há espaço, não onde tudo está sendo rigidamente mantido.

Ele floresce onde há presença, não onde há medo.

O novo não chega onde tudo está ocupado com o que já não serve.

É preciso abrir caminho para que ele possa pousar.

E permitir ser surpreendida, sem precisar entender tudo, sem precisar prever tudo.

É nesse espaço — entre o que foi e o que está por vir — que a alma finalmente respira. Ali o invisível age. Ali a mágica acontece.

Eu escolho não resistir e confiar no que sinto, mesmo quando não tenho todas as respostas. Escolho soltar o que não me serve mais e abrir espaço.

Escolho seguir a bússola interna —porque é ela que me leva para os lugares onde a mente jamais ousaria sonhar.